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Sendo Voluntário

Você pode participar, sendo voluntário de um dos departamentos do NAC:

Secretaria – organiza toda a parte administrativa do NAC

Jurídico – faz a avaliação jurídica dos documentos das entidades beneficentes

Visitas – faz a visitas de avaliação nas entidades beneficentes

Compras – Faz as cotações e as compras dos materiais doados

Financeiro – Controla a entrada e saída de recursos

Comunicação – Faz publicações no grupo de WhattsApp do Núcleo (Filosofia), na circular do Núcleo e insere conteúdo neste site

Para participar de um desses departamento é só você enviar e-mail para nac@nucleo-nac.org.br

Logo você será contatado pelo responsável do departamento o qual fornecerá todas as informações necessárias.

Sobre ser voluntário

O voluntariado, no Brasil e no mundo, é antigo. Inúmeros exemplos de pessoas que, de verdade, querem ajudar e proporcionar uma vida digna a quem precisa. Solidariedade é uma das bases do voluntariado. Atitudes de pessoas brilhantes que, discreta e anonimamente, fizeram e fazem da vida do próximo, um caminho de esperança e de dignidade. Pessoas cujas obras sim, são as que aparecem. E não elas.

Aqueles que realmente querem e fazem um trabalho voluntário, tendo como base a solidariedade, não divulgam suas obras. Quem realmente quer fazer o bem e aliviar a dor alheia não faz propaganda disso. A medida que o tempo passa e mais pessoas vão colaborando com a obra, aí sim ela aparece. Mas um aparecer por força da própria obra. E não por força de um marketing com segundas intenções.

É preciso deixar que as nossas obras falem por nós. Há muitas empresas e pessoas que agem no anonimato. As obras delas são descobertas muito tempo depois, como deve ser.

Pessoas se descobrem fazendo um trabalho para o outro. No entanto, ninguém pode ser obrigado a fazê-lo. Esta obrigação é disfarçada, como na ingênua pergunta “por que você não participa? É tão gratificante!”  Isto pode caracterizar coação e constrangimento. O voluntariado perde, portanto, o sentido e o propósito.

Somos todos voluntários a nossa maneira. E isto precisa ser respeitado. Não podemos constranger as pessoas. Cada um é voluntário a sua forma. O voluntariado que se obriga é um disfarce para esconder as falsas aparências.

Quem quer fazer o bem, o faz em silêncio. Até para que a dor do outro não seja ressaltada.

Do latim voluntarius, voluntário significa de própria vontade, sem coações, sem constrangimentos. Ter desejo por fazer o bem. Aquele que não faz por imposição do outro.

Há um profundo distanciamento entre o que se diz versus o que se pratica. Ainda fazemos, muitas vezes, o bem porque dá ibope, e não pela atitude em si. Não podemos medir o outro porque ele faz um trabalho voluntário. Será que ele realmente faz ou está lá para receber reconhecimentos? Há sempre os que se beneficiam da hipocrisia.

Ser voluntário é um sentimento genuíno de querer ajudar o próximo a se levantar. É ter compaixão e enxergar o outro com o mesmo direito que o nosso, à dignidade do viver.

O que se vê, muitas vezes, é um aproveitamento da dor alheia como meio de promoção. A hipocrisia é a base do falso voluntariado; o anonimato é a base do verdadeiro voluntariado.

A solidariedade e o voluntariado verdadeiros não se mostram e não se envaidecem. A linguagem do voluntariado é a discrição, o anonimato. O voluntário usa as forças dele para levantar o próximo e não para se apoiar nele para se elevar.

Não somos vendáveis. Nosso espírito de voluntariado não está à venda. Deveríamos ter liberdade para usá-lo quando quiséssemos. Aqueles que se vendem, seja por obrigação ou por opressão, infelizmente, receberão aplausos sobre um caminho falsamente construído.

Que sejam poucas as nossas ações ou até nenhuma, mas que haja veracidade. Se ainda queremos aplausos, nos deslumbramos com os falsos elogios, e o próximo é visto como escada para as nossas idealizações, o voluntariado, definitivamente, não é o nosso lugar.

Ser voluntário é mais que fazer companhia para um idoso, numa tarde de domingo. É ser capaz de compreender a solidão que ele sente e buscar caminhos para diminui-la. É mais que pintar paredes.

É mais que doar dos nossos excessos. É ajudar a construir um possível caminho para que ele não tenha mais necessidades de doações. É mais que contar uma história para uma criança. É fazê-la compreender e se orgulhar da história dela.

O mundo está cheio de falsos bons. Mostram que se preocupam com a dor alheia. Será?

De qualquer forma, já dizia Noel Rosa: “faça o bem, nem que seja pela malandragem.” Ele certamente conhecia o nosso caráter. Mas quem sabe um dia chegaremos ao que Francis Bacon, um filósofo do século XVI, dizia: “na caridade verdadeira não há excesso”.

Sábio ensinamento. Só nos falta o principal: aplicá-lo.

Este texto sobre voluntariado é uma adaptação de artigo de Renata Mathias de Lima publicado em 3/2/2019 no Linkedin